17.12.07

...

Era uma vez dois dedões dos pés. Um fedia, o outro cheirava bem. O que fedia não tinha cabelos, mas, os cheirosos eram bem cheios de pêlos. Diríamos que algo incomum. Talvez por isso ficou conhecido como Franjinha aquele comandante do lado esquerdo de Pantuzzo. Pantuzzo gostava de apelidar os dedos do pé. Tinha uma paixão inconfundível com aqueles que, pelo rapaz, eram tido como os mascotes do time. Dicró comandava a equipe do lado direito. Tinha a unha em formato ondinha e, por sua vez lisinho, gostava de mexer com as dedonas que atravessavam o caminho de Pantuzzo.

12.12.07

O bola-extra


"O bola-extra era o cara que fazia de tudo sem ter, ao mesmo tempo, nenhuma atividade específica. Ele devia saber o que fazer após consultar uma espécie profunda e infalível de sexto sentido. Instintivamente, esse cara devia saber como manter as coisas funcionando de modo natural, o que era melhor para a empresa, a Mãe de todos, e suprir-lhe todas as pequenas necessidades que eram irracionais, contínuas e insignificantes.

Um bom bola-extra não tem face nem sexo e deve estar disposto a se sacrificar pela causa. Está sempre esperando junto à porta, antes mesmo do primeiro homem chegar. Logo, deve lavar a calçada, cumprimentando cada pessoa pelo nome à medida que elas chegam, sempre trazendo no rosto um sorriso brilhante e encorajador. Reverente. Isso fará com que todos se sintam melhores antes que as engrenagens do moedor comecem a funcionar. Ele verifica se os papéis higiênicos estão em ordem, principalmente no banheiro feminino. Os cestos nunca devem estar cheios.As janelas não podem estar encardidas. Os pequenos reparos são prontamente feitos em mesas e cadeiras. Nada de portas que não abram facilmente. Os relógios sempre ajustados. Nenhum tapete enrugado. Jamais deixar uma mulher bem-alimentada e forte ficar sobrecarregada por um pacotinho qualquer".

Bukosvki - Factótum
"Para cada Joana D´arc há um Hitler suspenso do outro lado da balança" - Bukovski

5.12.07

entre a suposição e a constatação há um mundo de incertezas

3.12.07

Taradinha em obesos, a pequena chica se esbalda na banha alheia.

Mastiga flocos de gordura.

Morde algordões de pura textura.

Não importa se com ou sem cabelo.

O que ela quer é sumir do mundo.

Navegar umbigo adentro e desligar o celular.



17.9.07

Pela highway de fumaça
Que em formas se de(s)formava,
Pude não ver,
O vasto engarrafamento dos átomos,
Pude não sentir,
A velocidade microscópica da aragem.
Pude não ouvir,
O burburinho liliputiano,
O sussurro pequenote,
Mesmo ciente da existência,
Do empurra-empurra das malúculas.

12.7.07

Seja bem-vindo ao caos.

Você faz parte dele, talvez seja o principal motivo de sua existência, talvez seja mera coincidência do acaso sua fatídica presença, mas, uma vez desperto, você carregará consigo por toda a vida um pouco de culpa. E as consequências dos atos cometidos nada mais são que fruto das suas próprias limitações. É importante, assim, que você sofra. Que sangre e pague por tudo aquilo que fez.